Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja
- Primeira Leitura: Gn 3,9-15.20 ou At 1,12-14
- Salmo Responsorial: Sl 86(87),1-2.3 e 5.6-7 (R. 3)
- Evangelho: Jo 19,25-34
- Cor Litúrgica: Branco
- Memória
Evangelho e leituras de hoje - 9 de junho de 2025
A Liturgia do Dia é um presente diário da Igreja para nutrir nossa fé e orientar nossa vida espiritual. Por meio das leituras — Primeira Leitura, Salmo, Segunda Leitura (aos domingos) e Evangelho — ouvimos a voz viva de Deus que continua a falar ao Seu povo.
Essas palavras não são apenas memórias do passado, mas luz para o presente, capazes de transformar corações e renovar esperanças. Ao meditarmos a Liturgia, unimo-nos à Igreja no mundo inteiro e permitimos que o Espírito Santo aja em nós.
É um convite diário à conversão, à escuta e à fidelidade. Que a Palavra de Deus ilumine e conduza nosso caminho todos os dias.
Primeira Leitura
Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela.
Leitura do Livro do Gênesis 3,9-15.20
Depois que Adão comeu do fruto da árvore,
9 o Senhor Deus o chamou, dizendo: "Onde estás?"
10 E ele respondeu: "Ouvi tua voz no jardim, e fiquei com medo porque estava nu; e me escondi".
11 Disse-lhe o Senhor Deus: "E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer?"
12 Adão disse: "A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me deu do fruto da árvore, e eu comi".
13 Disse o Senhor Deus à mulher: "Por que fizeste isso?" E a mulher respondeu: "A serpente enganou-me e eu comi".
14 Então o Senhor Deus disse à serpente: "Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o ventre e comerás pó todos os dias da tua vida!
15 Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar".
20 E Adão chamou à sua mulher "Eva", porque ela é a mãe de todos os viventes. Palavra do Senhor.
Ou:
Todos eles perseveravam na oração em comum, com Maria, a Mãe de Jesus.
Leitura dos Atos dos Apóstolos 1,12-14
Depois que Jesus subiu ao céu,
12 os apóstolos voltaram para Jerusalém, vindo do monte das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, a mais ou menos um quilômetro.
13 Entraram na cidade e subiram para a sala de cima, onde costumam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão Zelota e Judas, filho de Tiago.
14 Todos eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus. Palavra do Senhor.
Salmo responsorial
R. Dizem coisas gloriosas da Cidade do Senhor.
1 O Senhor ama a cidade * que fundou no Monte santo;
2 ama as portas de Sião * mais que as casas de Jacó. R.
3 Dizem coisas gloriosas * da Cidade do Senhor.
5 De Sião, porém, se diz: † “Nasceu nela todo homem; * Deus é sua segurança”. R.
6 Deus anota no seu livro, † onde inscreve os povos todos: * “Foi ali que estes nasceram".
7 Por isso todos juntos * a cantar se alegrarão; e, dançando, exclamarão: * “Estão em ti as nossas fontes!". R.
Aclamação ao Evangelho
V. Ó feliz Virgem, que geraste o Senhor;
ó santa Mãe da Igreja,
Evangelho
Eis teu filho. Eis a tua mãe
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 19,25-34Naquele tempo,
25 perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena.
26 Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”.
27 Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.
28 Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: “Tenho sede”.
29 Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus.
30 Ele tomou o vinagre e disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
31 Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz.
32 Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus.
33 Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas;
34 mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Palavra da Salvação.
Santo do Dia

“As árvores do Éden / foram dadas como alimento ao primeiro Adão. / Para nós, o jardineiro do Jardim / tornou-se pessoalmente comida / para as nossas almas”. Estes versos vêm do alvorecer da Igreja, precisamente do século IV, criados e escritos por um diácono do Oriente, chamado Efrém, natural de Nísibis, uma cidade da antiga Mesopotâmia, onde nasceu em 306. A tradição da Igreja o recorda como "Efrém da Síria" e o venera como Doutor da Igreja.
Uma das suas características é a de ser um profundo pensador cristão - um dos mais famosos do seu tempo – como também um poeta fino. Efrém era capaz de revestir suas intuições sobre a fé com a harmonia de versos, que tocavam o coração. O que ele escreveu, para nós, é uma lição.
Gênio e coração
A inteligência e erudição de Efrém combinam com seu notável temperamento humano.
Aos 15 anos, defrontou-se com o Evangelho e o estudou com paixão. Porém, isto lhe custou a perseguição do seu pai, sacerdote pagão. Aos 18 anos, recebeu o batismo e seguiu o bispo Tiago no Concílio de Nicéia (325). Depois, retornou a Nísibis, onde abriu uma escola bíblica.
Quando a cidade foi invadida, várias vezes, pelos persas, Efrém foi obrigado a deixar sua cátedra, tornando-se herói da resistência. Logo, foi um teólogo de pulso, combatente e homem de caridade.
Para diminuir o impacto da escassez, que em certo momento atingiu Edessa, ele arregaçou as mangas para garantir ajuda humanitária à população.
Fé nos paradoxos
O pensamento e os escritos de Efrém foram, portanto, seus melhores talentos, além da música. Ele escreveu muito e de tudo com grande qualidade espiritual e estilo. Seus poemas e sermões em versos, seus hinos (as obras mais abundantes), e comentários bíblicos em prosa abordavam, com inteligência e beleza, os pilares da fé que o fascinavam: Deus, Criador, a virgindade de Maria, a redenção do Cristo... Ele afirmava que nada na criação era isolado; no entanto, o mundo, além da Escritura, era a Bíblia de Deus.
Enfim, a poesia foi o instrumento que lhe permitiu se aprofundar na reflexão teológica "através de paradoxos e imagens", como, há alguns anos, Bento XVI observou ao comentar sobre a vida de Efrém.
Um santo em Edessa
Edessa, ajudada por Efrém durante o drama da escassez, foi a cidade para aonde o Santo se transferiu e se estabeleceu após uma peregrinação em 362. Ali prosseguiu seu trabalho como teólogo e pregador, continuando a ajudar as pessoas, em primeira linha, quando, mais do que a caneta, sentiu a necessidade urgente de se curvar para os que sofriam.
O cuidado dos doentes de peste foi a última obra-prima, que Efrém da Síria escreveu com a tinta da caridade.
Santo Efrém faleceu em Edessa, acometido pela pestilência, em 373. As crônicas não narram, com certeza, se ele foi ou não um monge. Certo é que sempre foi um diácono exemplar, um servo de todos, por amor a Deus, um seu cantor e "Harpa do Espírito Santo".

Os primeiros anos de um apóstolo
Próxima a um vulcão, na ilha canária de Tenerife, a ternura de Deus tece, através dos afetos de Mência Dias e Juan López o menino José que nasce em 19 de março de 1534 na cidade de São Cristobal de la Laguna. Durante sua infância, recebe dos seus pais uma educação profundamente cristã. Também foram eles quem o instruíram em suas primeiras letras. Aos 12 anos, seus pais o enviam a Portugal para estudar no Colégio das Artes.
Em Coimbra, o jovem conhece de perto a vida agitada de uma cidade europeia com sua beleza e dificuldades, oportunidades e riscos. Ainda adolescente consagra-se inteiramente aos cuidados da Virgem Maria. Na Igreja dos jesuítas, José de Anchieta serve como coroinha em todas as Missas que pode, chegando a frequentar até 8 missas diárias.
A fama da nova Ordem religiosa chamada Companhia de Jesus, fundada por Santo Inácio de Loyola, se espalha por toda a Europa através do testemunho de seus primeiros missionários, como Francisco Xavier e tantos outros, que partem com o alforje repleto de sementes do Evangelho para semeá-las nos novos mundos. Deste modo a Companhia de Jesus faz arder o coração do jovem José e este não atrasa sua resposta. Aos 17 anos, Anchieta abraça com todo entusiasmo aquele novo carisma que despontava na Igreja e no mundo. O jovem José torna-se jesuíta.
Enfermidade ou oportunidade de evangelizar?
José anda triste e com fortes dores pelos corredores do Noviciado. Uma espécie de tuberculose óssea toma o seu corpo. O Pe. Simão Rodrigues, provincial de Portugal, percebendo a tristeza do jovem noviço lhe pergunta: “Como estás meu querido José?” – “Muito mal querido padre!” responde o noviço. O padre Rodrigues observa a tamanha tristeza evidente no olhar do noviço e lhe faz outra pergunta: “Se o Senhor o quiser deste modo, você vai aceitar viver desta maneira com alegria?” Essas palavras consolam o coração do jovem jesuíta.
Deste modo, inspirado pelas cartas dos missionários Francisco Xavier e Manuel da Nóbrega, parte para o Brasil, aos 19 anos, na terceira leva de jesuítas destinados ao Brasil, o jovem José de Anchieta.
No dia 13 de julho de 1553, após dois meses de viagem, chega a salvador aquele jovem enfermo que se tornará o Apóstolo do Brasil. Daqui para a frente, sua vida é devotada totalmente ao serviço dos nativos chamados indígenas. Aprende velozmente sua língua, o Tupi. Escreve uma gramática para que outros também possam aprendê-la. Assim, Anchieta não mede esforços para que sua vida na Terra de Santa Cruz seja a cada instante vivida para a maior glória de Deus.
Poeta da Virgem Maria
Ao largo dos 44 anos de Anchieta no Brasil, não faltaram dificuldades na vida do missionário. Em Iperuí, atual cidade de Ubatuba/SP, o missionário, já com 29 anos, se oferece como refém em nome de um tratado de paz. Naquele local, Anchieta experimenta um dos momentos mais difíceis de sua vida. Recebe frequentes ameaças de morte, tentações contra a castidade e sente imensa solidão. Através de sua alma artística, promete compor um poema com quase seis mil versos para narrar a história da Virgem Maria.
Anchieta amava a arte, com sua sensibilidade e gosto também pelo teatro, o apóstolo compôs inúmeras peças que passaram a ser apresentadas em diversos lugares para evangelizar. Escreveu cartas que se tornaram relevantes para a História do Brasil. Por todos esses portentos, Anchieta, além de ser considerado o pai do teatro e da literatura brasileira, é ainda estimado como o primeiro promotor da cultura no Brasil. Foi professor, poeta, teatrólogo, gramático, botânico, fundador de cidades e muito mais porque sempre conservou a oração constante, a devoção, a caridade, a mansidão, a obediência, a humildade, a pobreza, a ordem, a disciplina, a castidade, a paciência e principalmente a confiança em Deus.
Fidelidade até os últimos dias
Os últimos momentos da vida de Anchieta foram vividos em Reritiba (Atual cidade de Anchieta-ES). Alí, mesmo com a enfermidade bastante avançada, não permitia que esta o impedisse de servir. Nas suas últimas horas, ainda se levantou do seu leito para preparar um remédio a um companheiro que estava enfermo. E quando dava seus lentos passos para servir seu irmão, sofreu um ataque que pôs fim à sua vida. Estava com 63 anos. Era o dia 9 de junho de 1597.
Ao receber esta triste notícia, aqueles a quem o Pe. Anchieta havia, por toda sua vida, servido, protegido e defendido, aclamavam: «Morreu o nosso pai. O que nos amava como filhos. O que deu a vida por nós!»
O corpo de Anchieta foi levado até Vitória, onde foi sepultado. Durante a Missa de corpo presente, foi aclamado pelo Bispo Dom Bartolomeu, «Apóstolo do Brasil». No dia 22 de junho de 1980, o Papa João Paulo II o declarou Bem Aventurado. Em 3 de abril de 2014, após mais de 4 séculos de espera, Francisco, o primeiro papa jesuíta da História, canonizou o jovem canário que veio ao Brasil aos 19 anos e plantou o nome de Cristo no coração da nossa Nação.
Milagres de ontem e de hoje
Deus favoreceu José de Anchieta com inúmeros dons e através da sua oração muitos alcançaram milagres.
São incontáveis os testemunhos de pessoas que presenciaram fenômenos de levitação, luzes e músicas celestiais enquanto orava e celebrava a Missa. Os índios até o apelidaram de "caraibebé" que em Tupi significa "homem de asas" porque andava quilômetros em apenas alguns segundos. Outro notável prodígio era a obediência que os animais selvagens lhes tinham. Os índios se maravilhavam tanto com tais portentos que o chamavam também de "pagé guaçu" que significa pagé maior, o mais poderoso.
As curas milagrosas de doentes eram constantes em sua vida como, por exemplo, aconteceu em 1588 na cidade de Carapina/ES a cura do menino Estevão Machado, mudo de nascença. E em 1591, aconteceu a cura do índio Suaçú que tinha uma deficiência motora e passou a caminhar normalmente depois do clamor infalível de Anchieta aos Céus.
Durante mais de quatro séculos, desde a morte de Anchieta, inúmeras pessoas recorrem a São José de Anchieta para pedir e agradecer por graças alcançadas. Hoje, ao lado de Deus e de sua tão amada Virgem Maria, São José de Anchieta continua a pedir por todos os que o invocam com fé, especialmente por seus filhos brasileiros que ele tanto amou.