São Carlos Borromeu, bispo
- Reading 1 : Romans 12:5-16ab
- Responsorial Psalm : Psalm 131:1bcde, 2, 3
- Alleluia : Matthew 11:28
- Gospel : Luke 14:15-24
- Cor Litúrgica: Branco
- Memória
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Evangelho e leituras de hoje - 4 de novembro de 2025
A Liturgia do Dia é um presente diário da Igreja para nutrir nossa fé e orientar nossa vida espiritual. Por meio das leituras — Primeira Leitura, Salmo, Segunda Leitura (aos domingos) e Evangelho — ouvimos a voz viva de Deus que continua a falar ao Seu povo.
Essas palavras não são apenas memórias do passado, mas luz para o presente, capazes de transformar corações e renovar esperanças. Ao meditarmos a Liturgia, unimo-nos à Igreja no mundo inteiro e permitimos que o Espírito Santo aja em nós.
É um convite diário à conversão, à escuta e à fidelidade. Que a Palavra de Deus ilumine e conduza nosso caminho todos os dias.
Primeira Leitura
Somos todos membros uns dos outros.
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 12,5-16a
Irmãos,
5 nós, embora muitos, somos em Cristo um só corpo e, todos membros uns dos outros.
6 Temos dons diferentes, de acordo com a graça dada a cada um de nós: se é a profecia, exerçamo-la em harmonia com a fé;
7 se é o serviço, pratiquemos o serviço; se é o dom de ensinar, consagremo-nos ao ensino;
8 se é o dom de exortar, exortemos. Quem distribui donativos, faça-o com simplicidade; quem preside, presida com solicitude; quem se dedica a obras de misericórdia, faça-o com alegria.
9 O amor seja sincero. Detestai o mal, apegai-vos ao bem.
10 Que o amor fraterno vos una uns aos outros com terna afeição, prevenindo-vos com atenções recíprocas.
11 Sede zelosos e diligentes, fervorosos de espírito, servindo sempre ao Senhor,
12 alegres por causa da esperança, fortes nas tribulações, perseverantes na oração.
13 Socorrei os santos em suas necessidades, persisti na prática da hospitalidade.
14 Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis.
15 Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram.
16a Mantende um bom entendimento uns com os outros; não vos deixeis levar pelo gosto de grandeza, mas acomodai-vos às coisas humildes. Palavra do Senhor.
Salmo responsorial
R. Guardai-me, em paz, junto a vós, ó Senhor!
1 Senhor, meu coração não é orgulhoso, * nem se eleva arrogante o meu olhar; não ando à procura de grandezas, * nem tenho pretensões ambiciosas! R.
2 Fiz calar e sossegar a minha alma; * ela está em grande paz dentro de mim, como a criança bem tranquila, amamentada * no regaço acolhedor de sua mãe. R.
3 Confia no Senhor, ó Israel, * desde agora e por toda a eternidade! R.
Aclamação ao Evangelho
V. Vinde a mim, todos vós que estais cansados,
Evangelho
Sai pelas estradas e atalhos, e obriga as pessoas
a virem aqui, para que minha casa fique cheia.
Naquele tempo,
15 um homem que estava à mesa, disse a Jesus: "Feliz aquele que come o pão no Reino de Deus!"
16 Jesus respondeu: "Um homem deu um grande banquete e convidou muitas pessoas.
17 Na hora do banquete, mandou seu empregado dizer aos convidados: 'Vinde, pois tudo está pronto'.
18 Mas todos, um a um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse: 'Comprei um campo, e preciso ir vê-lo. Peço-te que aceites minhas desculpas'.
19 Um outro disse: 'Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-las. Peço-te que aceites minhas desculpas'.
20 Um terceiro disse: 'Acabo de me casar e, por isso, não posso ir'.
21 O empregado voltou e contou tudo ao patrão. Então o dono da casa ficou muito zangado e disse ao empregado: 'Sai depressa pelas praças e ruas da cidade. Traze para cá os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos'.
22 O empregado disse: 'Senhor, o que tu mandaste fazer foi feito, e ainda há lugar'.
23 O patrão disse ao empregado: 'Sai pelas estradas e atalhos, e obriga as pessoas a virem aqui, para que minha casa fique cheia'.
24 Pois eu vos digo: nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete'". Palavra da Salvação.
Santo do Dia

Das margens do Lago Maggiore pode-se ver a estátua de São Carlos Borromeu, que predomina sobre a cidadezinha de Arona: construída no século XVII, tem 35 metros de altura, incluindo sua base. A escultura em cobre e ferro representa o Arcebispo de Milão que abençoa. No entanto, o monumento tem uma particularidade: pode ser visitado por dentro, graças a uma longa escadaria. Quem consegue subir os numerosos degraus, pode admirar o mundo subjacente por meio de duas aberturas nos olhos de Borromeu. Nisto consiste o ensinamento deste Santo: olhar o mundo através dos seus olhos, isto é, através da sua caridade e humildade.
De "bispo-menino" a "gigante da santidade"
Primeiro, "bispo-menino", depois "gigante da santidade". A vida de São Carlos Borromeu desenvolveu-se sobre estes dois polos, em uma aceleração do tempo, proporcional à sua ação pastoral.
De fato, o pequeno Carlos queimou as etapas: nasceu em 2 de outubro de 1538, em Arona, na nobre família Borromeu, sendo o segundo filho de Gilberto e Margarida. Com apenas 12 anos, recebeu o título de "comendatário" de uma abadia beneditina local. Seu título honorífico proporcionava-lhe uma renda considerável, mas o futuro Santo quis destinar seus bens à caridade dos pobres.
O Concílio de Trento
Carlos Borromeu estudou Direito Canônico e Direito Civil em Pavia. Em 1559, aos 21 anos, tornou-se Doutor in utroque jure.
Poucos anos depois, faleceu seu irmão mais velho, Frederico. Muitos aconselharam Carlos a deixar o encargo eclesiástico para ser chefe de família. Ao invés, decidiu seguir sua vocação sacerdotal.
Em 1563, aos 25 anos, foi ordenado sacerdote e, logo a seguir, consagrado Bispo, título que lhe permitiu participar das últimas etapas do Concílio de Trento (1562-1563). Assim, tornou-se um dos principais promotores da chamada "Contra-reforma" e colaborador na redação do"Catecismo Tridentino".
Arcebispo de Milão com apenas 27 anos
Colocando logo em prática as orientações do Concílio, que obrigava os Pastores a residir em suas respectivas dioceses, em 1565, com apenas 27 anos de idade, Carlos tomou posse da Arquidiocese de Milão como Arcebispo.
A sua dedicação à Igreja ambrosiana foi total: fez três visitas pastorais em todo o território, dividindo-o em Circunscrições; fundou Seminários para ajudar a formação dos sacerdotes; mandou construir igrejas, escolas, colégios, hospitais; fundou a Congregação dos Oblatos, sacerdotes seculares; deu aos pobres toda a riqueza da sua família.
"Conquistar as almas de joelhos"
Carlos dedicou-se a uma profunda reforma da Igreja, começando por dentro. Em uma época bastante delicada para a cristandade, o "menino-bispo" não teve medo de defender a Igreja contra as ingerências dos poderosos e tampouco lhe faltou coragem para renovar as estruturas eclesiais, sancionando e corrigindo seus erros.
Ciente de que a reforma da Igreja, para ser crível, tinha que começar pelos Pastores, Borromeu levou os sacerdotes, religiosos e diáconos a acreditar mais na força da oração e da penitência, transformando as suas vidas em um verdadeiro caminho de santidade. "Almas – repetia sempre – devem ser conquistadas de joelhos".
"Pastores devem ser servos de Deus e pais do povo"
A sua ação pastoral, profundamente animada pelo amor de Cristo, não lhe poupou hostilidades e resistências. Contra ele, os chamados "Humilhados" - ordem religiosa com risco de desvios doutrinários - organizaram um atentado, disparando em suas costas um tiro de mosquete, enquanto o futuro Santo estava recolhido em oração.
O ataque falhou e Carlos continuou a sua missão, porque "queria que os Pastores fossem servos de Deus e pais do povo, especialmente dos pobres" (Papa Francisco em Audiência à Comunidade do Pontifício Seminário Lombardo em Roma, 25.01.2016).
A epidemia de Milão
Pelos anos ‘70 de 1500, abateu-se uma epidemia sobre Milão. A cidade sucumbiu diante da pestilência e da escassez, podendo contar somente com seu Arcebispo, que não poupou esforços: fiel ao seu lema episcopal, "Humilitas", entre 1576 e 1577 visitou, consolou e empregou todos os seus bens para ajudar os enfermos.
Sua presença entre as pessoas foi tão constante que aquele período permaneceu nos anais da história como a "praga da São Carlos". Séculos depois, até Alessandro Manzoni comentou este fato em seu romance "Os noivos".
Peregrinação ao Sudário
O Arcebispo de Milão desempenhou também um papel fundamental para a vinda do Sudário à Itália. Por seu ardente desejo de rezar diante do Linho Sagrado, os duques de Savóia, em 1578, decidiram trasladar o Sudário de Cristo do Castelo de Chambéry, na França, para Turim, onde permaneceu até hoje. Borromeu foi para lá, em peregrinação a pé, caminhando por quatro dias, em jejum e oração.
A "Urna" na Catedral de Milão
O físico enfraquecido de Carlos Borromeu, devido aos muitos esforços, começou a ceder e se rendeu em novembro de 1584, vindo a falecer com apenas 46 anos, deixando, no entanto, uma imensa herança moral e espiritual.
Carlos Borromeu foi beatificado em 1602, por Clemente VIII e, depois, canonizado em 1610, por Paulo V. Desde então, seus restos mortais descansam na Cripta da Catedral de Milão, no chamado "Scurolo" (urna), coberto com painéis de prata, que descrevem a sua vida.
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