Sexta-Feira da Semana XIII do Tempo Comum
- Primeira Leitura: Gn 23,1-4.19;24,1-8.62-67
- Salmo Responsorial: Sl 105(106),1-2.3-4a.4b-5 (R. 1a)
- Evangelho: Mt 9,9-13
- Cor Litúrgica: Verde
Evangelho e leituras de hoje - 4 de julho de 2025
A Liturgia do Dia é um presente diário da Igreja para nutrir nossa fé e orientar nossa vida espiritual. Por meio das leituras — Primeira Leitura, Salmo, Segunda Leitura (aos domingos) e Evangelho — ouvimos a voz viva de Deus que continua a falar ao Seu povo.
Essas palavras não são apenas memórias do passado, mas luz para o presente, capazes de transformar corações e renovar esperanças. Ao meditarmos a Liturgia, unimo-nos à Igreja no mundo inteiro e permitimos que o Espírito Santo aja em nós.
É um convite diário à conversão, à escuta e à fidelidade. Que a Palavra de Deus ilumine e conduza nosso caminho todos os dias.
Primeira Leitura
Isaac recebeu Rebeca por esposa e amou-a,
consolando-se assim da morte da mãe.
Leitura do Livro do Gênesis 23,1-4.19; 24,1-8.62-67
1 Sara viveu cento e vinte e sete anos,
2 e morreu em Cariat Arbe, que é Hebron, em Canaã. Abraão veio fazer luto por Sara e chorá-la.
3 Depois levantou-se de junto da morta e falou aos hititas:
4 "Sou um estrangeiro e hóspede no vosso meio. Cedei-me como propriedade entre vós um lugar de sepultura, onde possa sepultar minha esposa que morreu".
19 Assim, Abraão sepultou Sara, sua mulher, na caverna do campo de Macpela, em frente de Mambré, que é Hebron, na terra de Canaã.
24,1 Abraão já era velho, de idade avançada, e o Senhor o havia abençoado em tudo.
2 Abraão disse ao servo mais antigo da sua casa, administrador de todos os seus bens: "Põe a mão debaixo da minha coxa
3 e jura-me pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que não escolherás para meu filho uma mulher entre as filhas dos cananeus, no meio dos quais eu moro;
4 mas tu irás à minha terra natal, buscar entre os meus parentes uma mulher para o meu filho Isaac".
5 E o servo respondeu: "E se a mulher não quiser vir comigo para esta terra, deverei levar teu filho para a terra de onde saíste?"
6 Abraão respondeu: "Guarda-te de levar meu filho de volta para lá.
7 O Senhor, Deus do céu, que me tirou da casa do meu pai e da minha terra natal, e que me falou e jurou, dizendo: 'À tua descendência darei esta terra', ele mesmo enviará seu anjo diante de ti e trarás de lá uma mulher para meu filho.
8 Porém, se a mulher não quiser vir contigo, ficarás livre deste juramento; mas de maneira alguma levarás meu filho de volta para lá".
62 Isaac tinha voltado da região do poço de Laai-Rói e morava na terra do Negueb.
63 Ao cair da tarde, Isaac saiu para o campo a passear. Levantando os olhos, viu camelos que chegavam.
64 Rebeca também, erguendo os olhos, viu Isaac. Desceu do camelo,
65 e perguntou ao servo: "Quem é aquele homem que vem pelo campo, ao nosso encontro?" O Servo respondeu: "É o meu senhor". Ela puxou o véu e cobriu o rosto.
66 Então o servo contou a Isaac tudo o que tinha feito.
67 Ele introduziu Rebeca na tenda de Sara, sua mãe, e recebeu-a por esposa. Isaac amou-a, consolando-se assim da morte da mãe. Palavra do Senhor.
Salmo responsorial
1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, * porque eterna é a sua misericórdia!
2 Quem contará os grandes feitos do Senhor? * Quem cantará todo o louvor que ele merece? R.
3 Felizes os que guardam seus preceitos * e praticam a justiça em todo o tempo!
4a Lembrai-vos, ó Senhor, de mim, lembrai-vos, * pelo amor que demonstrais ao vosso povo! R.
b Visitai-me com a vossa salvação, *
5 para que eu veja o bem-estar do vosso povo, e exulte na alegria dos eleitos, * e me glorie com os que são vossa herança. R.
Aclamação ao Evangelho
V. Vinde a mim, todos vós que estais cansados,
Evangelho
Aqueles que têm saúde não precisam de médico.
Quero misericórdia e não sacrifício.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 9,9-13Naquele tempo,
9 Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: "Segue-me!" Ele se levantou e seguiu a Jesus.
10 Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos.
11 Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: "Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?"
12 Jesus ouviu a pergunta e respondeu: "Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes.
13 Aprendei, pois, o que significa: 'Quero misericórdia e não sacrifício'. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores". Palavra da Salvação.
Santo do Dia

Pier Giorgio nasceu em Turim, em 1901, no seio de uma família da alta burguesia: seu pai, Alfredo, jornalista e dono do jornal "La Stampa", era amigo íntimo de Giolitti, que o enviou a Berlim como embaixador. Sua mãe era uma pintora famosa: Vitório Emanuele III comprou uma das suas obras, exposta na Bienal de Veneza. Na família Frassati, a fé não era bem "de casa"; não obstante, o Senhor soube abrir alas nos corações dos homens, dispostos a dar-lhe ouvido.
Combater o sistema por dentro
Pier Giorgio não se sentia à vontade na classe social onde vivia, nem na sua vida no lar, onde a fé era um elemento mais formal do que essencial. Passou sua infância com a irmã Luciana, mais nova de um ano; era a sua única confidente, uma vez que os contrastes com seus pais se tornavam cada vez mais evidentes: Pier Giorgio não era um excelente estudante, pelo menos até entrar para o Instituto Social dos Padres Jesuítas.
Ao se formar, passou a estudar Engenharia mecânica, com especialização em mineração, para seguir de perto os mineiros, que, na época, eram considerados os mais explorados dos explorados.
Infelizmente, não conseguiu concluir seu curso de graduação, em vida, mas apenas o título "honoris causa", em 2002. A sua prioridade não eram os estudos, mas a oração, a Eucaristia e a caridade. Por isso, o jovem preferiu ficar em casa, junto com a família.
"Passava o tempo" a serviço da caridade
Os contrastes, unilaterais, com o pai, não tardaram: seu pai Alfredo começou a definir o filho como "homem inútil", dizendo que “andava à toa” pelas ruas da cidade, frequentando pessoas que não estavam à sua altura.
Por sua vez, Pier Giorgio era uma pessoa sempre sorridente, aceitava as repreensões de modo sereno, como uma eterna criança: assim, se comportava com o próximo necessitado, apesar de não agir da mesma forma com os jovens da sua classe; contudo, demonstrava a todos verdadeiro amor e participação nos sofrimentos humanos.
Nos últimos anos de vida, Pier Giorgio Frassati participou, praticamente, de todas as Associações católicas, desde a Conferência de São Vicente à Ação Católica e à FUCI, e sempre prestava a sua ajuda e serviço aos mais indigentes.
Empresa de Transporte “Frassati"
Os amigos de Pier Giorgio zombavam dele, chamando-o Empresa de Transporte “Frassati", porque sempre visitava os "porões" dos pobres e os casebres da periferia de Turim, uma cidade de grandes Santos e intelectuais, mas também de tantos operários, pobres e excluídos as sociedade.
O jovem Frassati levava de tudo às casas dos mais necessitados: alimentos, roupas, lenha, carvão, móveis, gastando todo o dinheiro que sua família lhe dava, que diminuía sempre mais.
No entanto, Pier Giorgio se aproximava, sempre mais, da espiritualidade dos Dominicanos, a ponto de se tornar Terciário.
Ao transferir-se a Berlim, teve a oportunidade de conhecer, pessoalmente, o Padre Karl Sonnenschein, o "São Francisco alemão", uma presença que o levou a se questionar sobre a possibilidade de ser sacerdote, uma ideia que Pier Giorgio deixou de lado porque achava que não tinha vocação.
Contudo, o jovem continuava a ser feliz: deixava as ocasiões mundanas para ir à Missa; ao invés da companhia dos jovens burgueses, preferia estar com os pobres, que saciava, a sua sede de viver o Evangelho. Seria um erro pensar que ele era um tipo estranho ou isolado, pelo contrário, repleto da verdadeira vida, era um grande apaixonado, entre outras coisas, pela montanha, da qual era um entusiasta alpinista.
Finalmente o amor ou, talvez, não
Certo dia, entre um grupo de escaladores, Pier Giorgio conheceu Laura Hidalgo, da qual se apaixonou: um amor, que manteve oculto dentro de si, em seu coração, seja para "não colocá-la em embaraço", seja para não ser um ulterior problema para a sua família, visto que ela pertencia a uma classe social bem mais inferior: um sacrifício que poucos jovens, no lugar de Pier Giorgio, conseguiriam enfrentar. Ele, porém, enfrentava tudo com sorriso nos lábios, porque sabia, nas profundezas do seu espírito, que o verdadeiro amor era outro: aquele que o aguardava na sua iminente vida eterna, que, talvez, começava a entrever, chegando até a desejar o dia do seu nascimento para o céu, que chamava "o dia mais lindo de todos".
No último período da sua existência terrena, Pier Giorgio fundou a "Sociedade de Tipos Estranhos", cujos membros, "desonestos e vigaristas", recebiam apelidos engraçados: o de Pier Giorgio era Robespierre. Estes tipos faziam excursões, contavam piadas, mas, acima de tudo, aspiravam à amizade mais profunda, fundada no vínculo sagrado da oração e da fé. Era uma verdadeira amizade cristã, em certos aspectos, profética para a maioria da associatividade leiga da Igreja, que haveria de vir.
Morte repentina
No dia 30 de junho de 1925, toda a família Frassati estava preocupada com a saúde da avó Linda, que veio a falecer no dia seguinte. Assim, ninguém percebeu que Pier Giorgio sentia uma profunda dor de cabeça, a ponto de não querer se alimentar. Precisamente ele, que era sempre tão bonito e saudável! No entanto, sua família percebeu isso no dia do enterro da avó, porque o rapaz nem conseguia levantar da cama. Mas, já era tarde demais: foi acometido por uma meningite fulminante, que ceifou a sua vida no dia 4 de julho, com apenas 24 anos de idade.
Milhares de pessoas participaram das suas exéquias, sobretudo os pobres de Turim, que ele havia ajudado ou, até mesmo, apenas tocado com a sua vida repleta de Deus. "Não reconheço meu filho!", murmurou o pai, impressionado com a multidão presente. Assim, a sua tristeza se tornou ainda mais dolorosa.
"Primeiro milagre" de Pier Giorgio
Seu pai, Alfredo Frassati, era inconsolável por compreender quem era seu filho, somente no momento em que o perdeu para sempre. Seu coração estava arrasado, porque Pier Giorgio havia deixado um grande vazio, um silêncio ensurdecedor. Entretanto, Alfredo não teve medo de enfrentar o sofrimento: deixou-se escavar, profundamente, pela dor e, aos poucos, aquele vazio foi preenchido pela Luz e a Palavra de Deus. Desta forma, o pai se aproximou da fé, que amadureceu no fim da sua vida - ele faleceu em 1961, - provocando-lhe uma conversão poderosa e maravilhosa, que muitos consideraram, talvez, com razão, o "primeiro" milagre de Pier Giorgio.
Oração a Pier Giorgio Frassati:
Senhor Jesus, dai-nos a coragem de voar alto,
fugir da tentação da mediocridade e da banalidade;
tornai-nos capazes, como Pier Giorgio,
de aspirar às coisas mais nobres,
com tenacidade e constância,
e acolher, com alegria, o vosso convite à santidade.
Livrai-nos do medo de não conseguir
ou da falsa modéstia de não ser chamados por Vós.
Concedei-nos a graça,
que vos pedimos, por intercessão de Pier Giorgio,
e a força para continuar, com fidelidade,
no caminho, que conduz, verdadeiramente, “ao alto".
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.