Domingo XXII do Tempo Comum
- Reading 1 : Sirach 3:17-18, 20, 28-29
- Responsorial Psalm : Psalm 68:4-5, 6-7, 10-11
- Reading 2 : Hebrews 12:18-19, 22-24a
- Alleluia : Matthew 11:29ab
- Gospel : Luke 14:1, 7-14
- Cor Litúrgica: Verde
- Solenidade
- 30 agosto
- 31 agosto
- 01 setembro
Evangelho e leituras de hoje - 31 de agosto de 2025
A Liturgia do Dia é um presente diário da Igreja para nutrir nossa fé e orientar nossa vida espiritual. Por meio das leituras — Primeira Leitura, Salmo, Segunda Leitura (aos domingos) e Evangelho — ouvimos a voz viva de Deus que continua a falar ao Seu povo.
Essas palavras não são apenas memórias do passado, mas luz para o presente, capazes de transformar corações e renovar esperanças. Ao meditarmos a Liturgia, unimo-nos à Igreja no mundo inteiro e permitimos que o Espírito Santo aja em nós.
É um convite diário à conversão, à escuta e à fidelidade. Que a Palavra de Deus ilumine e conduza nosso caminho todos os dias.
Santo do Dia


Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus, rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus da Cruz. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus. Com ele foi também Nicodemos, que anteriormente, se encontrara às ocultas de noite com Jesus, levando quase cem arráteis de um composto de mirra e aloés. Tomaram, pois, o Corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumavam fazer, na preparação para o sepulcro. Havia um horto naquele lugar, onde Jesus fora crucificado e, no horto, um sepulcro novo, no qual ninguém ainda havia sido posto. Ali, pois, por causa da preparação da festa dos judeus e por aquele sepulcro estar perto, depositaram Jesus” (João 19,38-42).
No Evangelho de João encontramos a reconstrução mais precisa da deposição e sepultamento bastante incomum de Jesus, uma vez que, em geral, os corpos dos condenados eram deixados pelos romanos na cruz, até serem lançados em uma fossa comum. Porém, Jesus recebeu um tratamento diferente, graças a José, que usou sua influência para obter seu corpo e o enterrar em um sepulcro, que ele havia comprado para si. Contudo, ele teve que se apressar, porque em breve seria a Páscoa judaica, e ele não poderia participar da festa porque estava impuro, por ter entrado em contato com um cadáver. Por isso, foi ajudado por Nicodemos, que levou uma grande quantidade de óleos perfumados.
José de Arimateia, entre história e lenda
José era um ilustre membro do Sinédrio, um homem poderoso, muito conhecido e estimado em Jerusalém. Sua cidade natal, provavelmente, era Arimateia, identificada, por alguns, como a atual Rantis. Segundo o costume dos judeus, um corpo devia ser enterrado na própria terra natal. Por isso, alguns estudiosos acham estranho que ele tivesse um lugar para o sepultamento em Jerusalém.
Em seu Evangelho, João ressalta que um homem ilustre seguia Jesus, com discrição, por medo de ser criticado. Porém, ele não foi nada discreto ao pedir o corpo de Cristo a Pilatos, utilizando todo o seu poder para obtê-lo. José sabia que isto era muito arriscado: a simpatia por uma pessoa condenada à morte poderia ser facilmente interpretada como cumplicidade e, portanto, ter o mesmo e triste destino. Mas, naquele momento, José não teve medo de expressar abertamente a sua fé. Tanto que, além de oferecer seu sepulcro para Jesus, também comprou um linho para envolver seus restos mortais. Depois da Páscoa, ele não foi mais mencionado nos Evangelhos canônicos, mas, segundo algumas lendas de origem oriental, ele teria partido para evangelizar toda a Europa até à Grã-Bretanha, onde até foi citado no ciclo literário do Rei Artur como custódio do Santo Graal.
Nicodemos, figura do Evangelho de João
Nicodemos, fariseu, doutor da Lei e príncipe dos Judeus, era uma figura presente apenas no Evangelho de João. Encontramo-lo, pela primeira vez, quando Jesus chegou a Jerusalém. Fascinado pela sua pessoa, Nicodemos vai até Jesus, à noite, para não ser visto, e o interrogou sobre a natureza da sua missão. Jesus responde-lhe que “para fazer parte do Reino de Deus era preciso renascer, mas espiritualmente”. Nicodemos ficou tão impressionado, a ponto de falar positivamente sobre Jesus no Conselho, quando foi capturado; ele recordou aos fariseus que a lei permitia ao acusado ser ouvido antes de ser julgado.
Enfim, no momento da sepultura, o encontramos ao lado de José de Arimateia. Foi atribuído a Nicodemos também um Evangelho apócrifo, escrito em grego, que remonta ao século II, no qual a posição de Pôncio Pilatos foi revista.

"Parece que as pessoas não se deixam mais convencer pela nossa pregação, mas, diante da santidade, ainda se ajoelham, acreditam e rezam. Parece que as pessoas são inconscientes diante das realidades sobrenaturais e indiferentes aos problemas da salvação. Mas se um verdadeiro Santo passar pela rua, vivo ou morto, todos correm para vê-lo".
Nesta espécie de testamento espiritual, deixado aos seminaristas moribundos, encerra-se toda a essência da santidade de Alfredo Ildefonso Schuster, monge de coração, antes de ser pastor de almas na cidade de Milão, para aonde a Igreja o enviara. Dois dias depois de pronunciar estas palavras, no cortejo fúnebre que acompanhava seu caixão, de Venegono a Milão, todos se uniram e acorreram para ver a passagem de um Santo.
Um verdadeiro filho de São Bento
Natural de Roma, filho do mestre alfaiate dos Pontífices, quando criança Ildefonso ajudava a Missa perto do Vaticano. Ao ficar órfão de pai, entrou para a residência estudantil de São Paulo fora dos Muros, onde teve como mestres o Beato Plácido Riccardi e o Padre Bonifácio Oslander. Educado à oração, ao silêncio e à ascese, sentiu o desejo de se tornar monge beneditino na mesma Abadia.
Em poucos anos, Alfredo tornou-se mestre dos Noviços, Prior claustral e abade ordinário. Durante seus anos de estudo, sem se descuidar dos seus deveres, conseguiu também se dedicar à arte sacra, à arqueologia e à história monacal e litúrgica, pela qual era apaixonado.
Ao formar-se em Filosofia, no Colégio de Santo Anselmo, e receber o Doutorado em Teologia, foi ordenado sacerdote, em 1904. Logo a seguir, foram-lhe confiados os cargos mais onerosos, como o de Reitor do Pontifício Instituto Oriental, e a missão de Visitador apostólico na Lombardia, Campânia e Calábria. Em 1926, pregou os exercícios espirituais ao então arcebispo Roncalli - futuro Papa João XXIII – do qual celebrou o rito fúnebre.
Monge-cardeal
Em 1929, Pio XI o escolheu como guia da arquidiocese ambrosiana de Milão e o criou Cardeal. Alfredo Ildefonso foi o primeiro a prestar juramento de lealdade diante do Rei Vitório Emanuel III, conforme previa a nova Concordata recém-assinada entre a Itália e a Santa Sé.
Milão recebeu o Cardeal Schuster de braços abertos, apesar dos anos difíceis que vislumbravam no horizonte. Na cidade ambrosiana, inspirado no seu mais ilustre predecessor - São Carlos Borromeu - fundou a União diocesana, composta de personalidades religiosas e leigas, que haviam recebido uma condecoração pontifícia.
O Cardeal Ildefonso foi um verdadeiro pastor, que jamais poupou esforços: em 25 anos, visitou cinco vezes as paróquias do território; escreveu Cartas pastorais ao povo e ao Clero, para defender a pureza da fé, com suas prescrições litúrgicas; promoveu Sínodos diocesanos e Congressos eucarísticos; e mandou construir novos seminários, como o de Venegono, onde faleceu.
Os fiéis milaneses sentiam sua proximidade e retribuíam seu carinho: ao ouvi-lo, ninguém permanecia indiferente às suas palavras. Ildefonso transmitia os ensinamentos da Igreja, sobretudo, com seu exemplo.
O difícil papel da Igreja durante a guerra
No entanto, na Itália, foi instaurado o regime fascista. Em boa fé, Ildefonso pensava que, mediante a colaboração entre o governo e a Igreja, o Fascismo podia se tornar uma ideologia evangelizadora, profunda e firmemente cristã. Mas, não foi assim.
Em 1938, o Cardeal Schuster já havia percebido isso, com a promulgação das leis raciais. Em uma homilia, que passou para a história, definiu o racismo desenfreado como "heresia".
Em 1939, participou do Conclave, no qual o Cardeal Eugênio Giovanni Pacelli foi eleito Papa com o nome de Pio XII. Depois, explodiu a guerra.
Em 1945, após a queda da República Social Italiana, Alfredo Ildefonso Schuster propôs um encontro de negociação entre os representantes partidários e Mussolini, mas, este último, preferiu fugir. Quando Mussolini e seus seguidores foram assassinados e expostos no Largo Loreto, o Arcebispo abençoou seus corpos, porque "todo cadáver devia ser respeitado".
Após a guerra, o Cardeal Alfredo Ildefonso foi eleito o primeiro Presidente da Conferência Episcopal Italiana. Em 1954, já debilitado, retirou para o seminário de Venegono, onde faleceu em 31 de agosto.
Alfredo Ildefonso Schuster foi beatificado, em 1996, por São João Paulo II.
Versículo do Dia
- 30 agosto
- 31 agosto
- 01 setembro