Segunda-Feira da Semana XII do Tempo Comum
- Primeira Leitura: Gn 12,1-9
- Salmo Responsorial: Sl 32(33),12-13.18-19.20 e 22 (R. 12b)
- Evangelho: Mt 7,1-5
- Cor Litúrgica: Verde
- Lễ vọng
Evangelho e leituras de hoje - 23 de junho de 2025
A Liturgia do Dia é um presente diário da Igreja para nutrir nossa fé e orientar nossa vida espiritual. Por meio das leituras — Primeira Leitura, Salmo, Segunda Leitura (aos domingos) e Evangelho — ouvimos a voz viva de Deus que continua a falar ao Seu povo.
Essas palavras não são apenas memórias do passado, mas luz para o presente, capazes de transformar corações e renovar esperanças. Ao meditarmos a Liturgia, unimo-nos à Igreja no mundo inteiro e permitimos que o Espírito Santo aja em nós.
É um convite diário à conversão, à escuta e à fidelidade. Que a Palavra de Deus ilumine e conduza nosso caminho todos os dias.
Primeira Leitura
Abrão partiu, como o Senhor lhe havia dito.
Leitura do Livro do Gênesis 12,1-9
Naqueles dias,
1 o Senhor disse a Abrão: "Sai da tua terra, da tua família e da casa do teu pai, e vai para a terra que eu te vou mostrar.
2 Farei de ti um grande povo e te abençoarei: engrandecerei o teu nome, de modo que ele se torne uma bênção.
3 Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão abençoadas todas as famílias da terra!".
4 E Abrão partiu, como o Senhor lhe havia dito, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos, quando partiu de Harã.
5 Ele levou consigo sua mulher Sarai, seu sobrinho Ló e todos os bens que possuíam, bem como todos os escravos que haviam adquirido em Harã. Partiram rumo à terra de Canaã e ali chegaram.
6 Abrão atravessou o país até o santuário de Siquém, até o carvalho de Moré. Os cananeus estavam então naquela terra.
7 O Senhor apareceu a Abrão e lhe disse: "Darei esta terra à tua descendência". Abrão ergueu ali um altar ao Senhor, que lhe tinha aparecido.
8 De lá, deslocou-se em direção ao monte que estava a oriente de Betel, onde armou sua tenda, com Betel a ocidente e Hai a oriente. Ali construiu também um altar ao Senhor, e invocou o seu nome.
9 Depois, de acampamento em acampamento, Abrão foi até o Negueb. Palavra do Senhor.
Salmo responsorial
12 Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, * e a nação que escolheu por sua herança!
13 Dos altos céus o Senhor olha e observa; * ele se inclina para olhar todos os homens. R.
18 Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, * e que confiam esperando em seu amor,
19 para da morte libertar as suas vidas * e alimentá-los quando é tempo de penúria. R.
20 No Senhor nós esperamos confiantes, * porque ele é nosso auxílio e proteção!
22 Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, * da mesma forma que em vós nós esperamos! R.
Aclamação ao Evangelho
V. A palavra do Senhor é viva e eficaz:
ela julga os pensamentos e as intenções do coração
Evangelho
Tira primeiro a trave do teu próprio olho.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 7,1-5
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
1 "Não julgueis, e não sereis julgados.
2 Pois, vós sereis julgados com o mesmo julgamento com que julgardes; e sereis medidos, com a mesma medida com que medirdes.
3 Por que observas o cisco no olho do teu irmão, e não prestas atenção à trave que está no teu próprio olho?
4 Ou, como podes dizer ao teu irmão: 'deixa-me tirar o cisco do teu olho', quando tu mesmo tens uma trave no teu?
5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu próprio olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão". Palavra da Salvação.
Santo do Dia

José Cafasso era formador de “párocos e sacerdotes diocesanos”, ou melhor, de “sacerdotes santos”, entre os quais São João Bosco.
Ao comentar sobre a vida de São José Cafasso, Bento XVI disse que este religioso piemontês instituiu uma "escola de vida e de santidade sacerdotal".
Foi na cidade de Turim, em 1800, que nasceu o apelativo comum dado àquela pessoa que era vista como modelo de vida sacerdotal luminosa: o “Santo da forca”. Trata-se de uma definição ligada diretamente à sua obra ao lado dos condenados à morte nas prisões "Le Nuove" de Turim. Hoje, o lugar, em desuso, foi transformado em um comovente museu, memorial das condições humilhantes em que viviam os encarcerados. Com os presos, - dos quais, hoje, é Padroeiro – ele usava de imensa misericórdia, poderoso veículo do amor paterno e consolador de Deus.
Precisamente pela sua assídua missão ao lado dos últimos, ele é recordado também como um dos chamados “Santos Sociais de Turim”: cerca de dez religiosos e leigos iluminados, que, entre os séculos XIX e XX, se dedicavam às emergências da cidade e a todos os necessitados.
Verdadeiro pastor
José Cafasso nasceu em uma família de camponeses, em Castelnuovo d’Asti, em 1811, e foi ordenado sacerdote, em Turim, em 1834. Transcorreu grande parte da sua vida no internato eclesiástico da capital piemontesa, do qual se tornou diretor.
Conterrâneo e diretor espiritual de Dom Bosco (1815-1888), Padre Cafasso distinguiu-se, não só por seu magistério no Seminário maior de Turim, mas também pela sua doçura e serenidade que sabia transmitir às pessoas. Assim, tornou-se tão familiar entre seus concidadãos, que lhe fizeram a proposta de ser um representante na Câmara do Reino, mas Cafasso não aceitou: “No Juízo final, - comentou – deverei prestar contas ao Senhor, que me perguntará se fui um bom padre e não se fui um bom deputado”.
Verdadeiro pastor
O que lhe interessava era a figura do verdadeiro pastor, com uma vida interior rica e um profundo zelo pastoral: assíduo na oração, engajado na pregação, dedicado à celebração da Eucaristia e ao ministério da Confissão.
Logo, São José Cafasso tentou encarnar este modelo na formação dos jovens sacerdotes, para que, por sua vez, fossem formadores de outros sacerdotes, religiosos e leigos.
Esta herança difundiu-se, não apenas em Turim, mas também ao longo do tempo, como testemunha a profunda devoção a São José Cafasso, que faleceu naquela cidade em 23 de junho de 1860, aos 49 anos.
Seus restos mortais descansam no Santuário da Consolata em Turim.

“No tempo de Herodes, rei da Judeia, havia um sacerdote chamado Zacarias, que pertencia à classe sacerdotal de Abias; Isabel, sua mulher, também era descendente de Arão. Ambos eram justos aos olhos de Deus, obedecendo, de modo irrepreensível, todos os mandamentos e preceitos do Senhor. Mas, eles não tinham filhos, porque Isabel era estéril e ambos tinham idade avançada” (Lc 1, 5-7).
Hoje, a Liturgia celebra a festa de um casal de Santos, o primeiro, depois de Maria e José, do qual falam as Escrituras. O Evangelho de Lucas começa, exatamente, com a história destes dois esposos, que eram justos diante de Deus, fiéis e observantes. Porém, tinham um espinho no coração por não poder conceber um filho. Naquela época, a esterilidade também era uma causa de marginalização.
Mutismo, entre sinal e castigo
A história de Zacarias e Isabel ensina-nos que jamais devemos perder a esperança, porque "nada é impossível para Deus".
Zacarias era um sacerdote da oitava classe, ou seja, a de Abias, uma das 24 estabelecidas por Davi, que regulamentavam os turnos semanais de serviço no Templo. Casou-se com Isabel, que também era descendente de uma família sacerdotal, e se estabeleceu em Ain Karin. Seu matrimônio não foi agraciado pelo nascimento de um filho, sobretudo, em um tempo em que a esterilidade era motivo de marginalização. No entanto, a união do casal era sólida: ambos se amavam e viviam uma vida de retidão.
Certo dia, enquanto Zacarias estava no Templo, recebeu a visita do arcanjo Gabriel, que lhe preanunciava a gravidez da sua esposa. No entanto, embora fosse um homem piedoso, pediu, ao mensageiro de Deus, uma prova. Por isso, ele ficou mudo até o oitavo dia do nascimento do filho, quando a criança devia ser circuncidada: a sua língua se soltou para confirmar que o nome dele seria João.
Um casal tocado pela Graça
Se um amor for verdadeiro, desenvolve-se e produz frutos com o tempo: a semente torna-se uma grande árvore! Por isso, o evangelista Lucas inicia a sua narração, falando deste casal tocado pela Graça procriadora de Deus. Desta forma, quis demonstrar que o Senhor faz maravilhas na vida de quem confia Nele, que sabe esperar e aguarda o tempo da sua intervenção.
Estes dois grandes Santos ensinam-nos também que um coração, que realmente ama, experimenta o poder do Senhor, não baseado em seus próprios projetos, mas na Sua vontade, que sempre é soberana e na qual devemos confiar com fé incondicional.
Traziam no ventre a história da salvação
Logo, o papel de Isabel, contra toda e qualquer previsão, era ser a mãe daquele que estava destinado a preparar o caminho de Jesus: João Batista. Isabel sentia, dentro de si, esta graça, como ainda a vida, que crescia em seu ventre: esta vida exultou, dentro dela, pela visita inesperada da sua prima Maria. A Virgem também havia recebido o anúncio do Anjo, ao qual disse sim, imediatamente, porque, do mesmo modo, estava cheia de graça. Eis o encontro de duas mulheres, que traziam no ventre a história da salvação.
“Benedictus”
Quando Zacarias voltou a falar, com o nascimento de seu filho João, pronunciava palavras de louvores a Deus: o “Benedictus”, também conhecido como Cântico de Zacarias, com o qual agradecia a Deus pelo acontecimento prodigioso: "Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu seu povo; fez nascer por nós um poderoso Salvador, na casa de Davi, seu servo, como havia anunciado pela boca de seus Santos e profetas, desde o início dos tempos...".
Após essas palavras de Zacarias e Isabel, não foi dito mais nada nos Evangelhos. De fato, não havia necessidade de dizer mais nada para quem sabia que, o verdadeiro sentido da vida consiste em viver de misericórdia!