Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo
- Primeira Leitura: Gn 14,18-20
- Salmo Responsorial: Sl 109(110),1.2.3.4 (R. 4bc)
- Segunda Leitura: 1Cor 11,23-26
- Evangelho: Lc 9,11b-17
- Cor Litúrgica: Verde
Evangelho e leituras de hoje - 19 de junho de 2025
A Liturgia do Dia é um presente diário da Igreja para nutrir nossa fé e orientar nossa vida espiritual. Por meio das leituras — Primeira Leitura, Salmo, Segunda Leitura (aos domingos) e Evangelho — ouvimos a voz viva de Deus que continua a falar ao Seu povo.
Essas palavras não são apenas memórias do passado, mas luz para o presente, capazes de transformar corações e renovar esperanças. Ao meditarmos a Liturgia, unimo-nos à Igreja no mundo inteiro e permitimos que o Espírito Santo aja em nós.
É um convite diário à conversão, à escuta e à fidelidade. Que a Palavra de Deus ilumine e conduza nosso caminho todos os dias.
Primeira Leitura
Trouxe pão e vinho.
Leitura do Livro do Gênesis 14,18-20
Naqueles dias,
18 Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho e como sacerdote do Deus Altíssimo,
19 abençoou Abrão, dizendo: "Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, criador do céu e da terra!
20 Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou teus inimigos em tuas mãos!" E Abrão entregou-lhe o dízimo de tudo. Palavra do Senhor.
Salmo responsorial
segundo a ordem do rei Melquisedec!
1 Palavra do Senhor ao meu Senhor: * "Assenta-te ao lado meu direito até que eu ponha os inimigos teus * como escabelo por debaixo de teus pés!" R.
2 O Senhor estenderá desde Sião † vosso cetro de poder, pois Ele diz: * "Domina com vigor teus inimigos; R.
3 tu és príncipe desde o dia em que nasceste; † na glória e esplendor da santidade, * como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!" R.
4 Jurou o Senhor e manterá sua palavra: † "Tu és sacerdote eternamente, * segundo a ordem do rei Melquisedec!" R.
Segunda Leitura
Todas as vezes que comerdes e beberdes,
estareis proclamando a morte do Senhor.
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 11,23-26
Irmãos:
23 O que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão
24 e, depois de dar graças, partiu-o e disse: "Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória".
25 Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: "Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em minha memória".
26 Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha. Palavra do Senhor.
(Na forma mais longa; ou na forma abreviada, a partir de: ** Eis o pão...)
Terra, exulta de alegria,
louva teu pastor e guia
com teus hinos, tua voz!
Tanto possas, tanto ouses,
em louvá-lo não repouses:
sempre excede o teu louvor!
Hoje a Igreja te convida:
ao pão vivo que dá vida
vem com ela celebrar!
Este pão, que o mundo o creia!
por Jesus, na santa ceia,
foi entregue aos que escolheu.
Nosso júbilo cantemos,
nosso amor manifestemos,
pois transborda o coração!
Quão solene a festa, o dia,
nos recorda a instituição!
Novo Rei e nova mesa,
nova Páscoa e realeza,
foi-se a Páscoa dos judeus.
Era sombra o antigo povo,
o que é velho cede ao novo:
foge a noite, chega a luz.
O que o Cristo fez na ceia,
manda à Igreja que o rodeia
repeti-lo até voltar.
Seu preceito conhecemos:
pão e vinho consagremos
para nossa salvação.
Faz-se carne o pão de trigo,
faz-se sangue o vinho amigo:
deve-o crer todo cristão.
Se não vês nem compreendes,
gosto e vista tu transcendes,
elevado pela fé.
Pão e vinho, eis o que vemos;
mas ao Cristo é que nós temos
em tão ínfimos sinais...
Alimento verdadeiro,
permanece o Cristo inteiro
quer no vinho, quer no pão.
É por todos recebido,
não em parte ou dividido,
pois inteiro é que se dá!
Um ou mil comungam dele,
tanto este quanto aquele:
multiplica-se o Senhor.
Dá-se ao bom como ao perverso,
mas o efeito é bem diverso:
vida e morte traz em si...
Pensa bem: igual comida,
se ao que é bom enche de vida,
traz a morte para o mau.
Eis a hóstia dividida...
Quem hesita, quem duvida?
Como é toda o autor da vida,
a partícula também.
Jesus não é atingido:
o sinal é que é partido;
mas não é diminuído,
nem se muda o que contém.
**
Eis o pão que os anjos comem
transformado em pão do homem;
só os filhos o consomem:
não será lançado aos cães!
Em sinais prefigurado,
por Abraão foi imolado,
no cordeiro aos pais foi dado,
no deserto foi maná...
Bom pastor, pão de verdade,
piedade, ó Jesus, piedade,
conservai-nos na unidade,
extingui nossa orfandade,
transportai-nos para o Pai!
Aos mortais dando comida,
dais também o pão da vida;
que a família assim nutrida
seja um dia reunida
aos convivas lá do céu!
Aclamação ao Evangelho
V. Eu sou o pão vivo descido do céu;
Evangelho
odos comeram e ficaram satisfeitos.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 9,11b-17Naquele tempo,
11b Jesus acolheu as multidões, falava-lhes sobre o Reino de Deus e curava todos os que precisavam.
12 A tarde vinha chegando. Os doze apóstolos aproximaram-se de Jesus e disseram: "Despede a multidão, para que possa ir aos povoados e campos vizinhos procurar hospedagem e comida, pois estamos num lugar deserto".
13 Mas Jesus disse: "Dai-lhes vós mesmos de comer". Eles responderam: "Só temos cinco pães e dois peixes. A não ser que fôssemos comprar comida para toda essa gente".
14 Estavam ali mais ou menos cinco mil homens. Mas Jesus disse aos discípulos: "Mandai o povo sentar-se em grupos de cinquenta".
15 Os discípulos assim fizeram, e todos se sentaram.
16 Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos para o céu, abençoou-os, partiu-os e os deu aos discípulos para distribuí-los à multidão.
17 Todos comeram e ficaram satisfeitos. E ainda foram recolhidos doze cestos dos pedaços que sobraram. Palavra da Salvação.
Santo do Dia

O monge Romualdo foi um viajante incansável. Suas pregações eram feitas mais com os fatos do que com as palavras, ao percorrer toda a península italiana.
Ele manteve muitos encontros na sua vida: todos o procuravam e queriam conversar com este "Santo abade" e ele recebia todos, embora ele quisesse apenas o recolhimento no silêncio da oração.
Romualdo realizou muitos projetos, exceto um, que faltou: guiar expedições missionárias para a evangelização do Norte da Europa, que, entre os séculos X e XI, eram de difícil realização.
Sua vocação “tacente lingua et predicante vita”
Romualdo nasceu em uma família nobre de Ravena, em 952. Após uma disputa sangrenta, que envolveu sua família, amadureceu a sua vocação de seguir a vida monacal, entrando, com seu pai, para o mosteiro de Santo Apolinário em Classe. Como monge, impôs-se uma vida severa de penitência, meditação e oração.
Devido às suas nobres origens, Romualdo era requisitado em todos os lugares para exercer suas funções eclesiásticas e políticas.
Em Veneza, escolheu com diretor espiritual o eremita Marino e conheceu um dos mais importantes monges reformadores do século X: o abade Guarino, que acompanhou até Catalunha, onde permaneceu por dez anos e completou a sua formação.
Em busca de solidão
Ao retornar a Ravena, em 988, Romualdo renunciou, oficialmente, ao cargo de abade e começou a viajar. Sua primeira etapa foi Verghereto, perto de Forlí, onde fundou um mosteiro em honra de São Miguel Arcanjo. Ali, por causa das suas contínuas advertências aos monges, sobre a disciplina e a moral, foi obrigado a se mudar novamente.
Em 1001, retornou para Santo Apolinário em Classe, onde se tornou abade. Mas esta não é a vida que ele queria. Então, após um ano, renunciou e se refugiou em Montecassino. Ali, viveu, por um período, em uma caverna; depois, fundou um eremitério em Sítria, na região da Úmbria, onde permaneceu por sete anos.
Todos os mosteiros e cenóbios que fundou eram pequenos, porque achava que nas grandes estruturas se corria o risco de perder o silêncio, tão necessário para o recolhimento.
Camáldoli, apenas uma "parada"
Durante suas peregrinações, Romualdo esteve em Casentino, em 1012, onde conheceu o conde de Arezzo, Maldolo, proprietário de uma casa e de uma floresta, lugar que, depois, recebeu o nome de Camáldoli. Encantado pela figura deste anacoreta, o conde presenteou-lhe as suas propriedades, onde Romualdo criou um asilo e construiu um eremitério para religiosos contemplativos, aos quais lhes deu uma Regra semelhante à beneditina.
Porém, o monge se transferiu de novo: foi para a região das Marcas, onde fundou um mosteiro em Val de Castro; ali reservou para si uma pequena cela, onde faleceu em 19 de junho de 1027. Mesmo morto, viajou, pois suas relíquias foram trasladadas, primeiro para Jesi e, depois, para Fabriano, junto à igreja camáldula de São Brás.
São Romualdo foi canonizado por Clemente VIII, em 1595.

Juliana, jovem muito bonita, tinha um talento indiscutível. Era uma daquelas mulheres que faziam os homens perder a cabeça, não importava da época.
Juliana viveu na Idade Média e sua cidade, Florença, foi berço de Dante Alighieri, do qual é contemporânea. Na cidade, em que se combatia uma áspera luta entre Guelfos e Gibelinos - entre vértices da tiara e da coroa – se expandem, cada vez mais, forças que partiam de baixo, que pretendiam impor seu gênio empresarial. Juliana fazia parte destas forças por causa do seu sobrenome, Falconieri, que, em Florença, no final do século XIII, era uma poderosa família de comerciantes.
A jovem com mantelete
Não era só a riqueza que reinava no Palácio dos Falconieri. Transparecia também certa riqueza imaterial e poderosa, a fé cristã, que havia levado um descendente da linhagem a se retirar totalmente e se dedicar a Deus.
Alexis Falconieri, irmão do pai de Juliana, foi um dos sete fundadores dos Servos de Maria. Ela ficou encantada pela escolha do tio, que foi para além dos esquemas de uma família que só queria ganhar dinheiro.
A jovem cresceu, desconsiderando a sua beleza. No entanto, recebeu diversas propostas de casamento, que as rejeitou com muita graça. Ela era muito atraída pela vida religiosa e, à moda mundana das mulheres florentinas, preferiu o manto escuro e largo, como aquele que seu tio usava. O mesmo manto foi logo vestido por outras moças da rica burguesia, que, seguindo o exemplo de Juliana, estavam mais propensas a servir aos pobres do que a serem reverenciadas por eles.
Amor à Florença que odiava
As "Mantellate", - mulheres que usavam manteletes, foram rebatizadas pela Igreja, tornando-se o ramo feminino dos Servos de Maria: eram mulheres de contemplação, de joelhos, e de caridade contínua pelas ruas; nas quartas e sextas-feiras elas não tocavam nenhum tipo de comida; no sábado, se saciavam com pão e água.
Florença começou a conhecê-las como semeadoras de concórdia, em um âmbito de vinganças cruzadas, que ensanguentavam a cidade da flor-de-lis. Os sacrifícios das “mantellate” eram a única arma para acabar com aquele período de tanto ódio. Juliana, em comparação às suas companheiras, tinha algo a mais para oferecer. Há muito tempo, sofria de dores de estômago, dores latejantes, daquelas que irritavam qualquer um, até os mais os mais tenazes. Aos poucos, a jovem “mantellata”, que se tornou mulher e guia, há décadas, do seu convento, não conseguia mais engolir sequer aquele pouco de comida, que servia para sustentá-la.
A "marca" roxa
Assim, dia 19 de junho de 1341, parecia ter chegado ao ápice de uma história absurda. Aquela mulher de Deus, prestes a falecer, foi proibida de receber até a Eucaristia, pelo temor que não conseguisse engolir a hóstia consagrada. Por isso, Juliana pediu que fosse colocada sobre seu peito, como se fazia com os doentes da época, enquanto o padre acompanhava tal gesto com a oração. Porém, narra-se que aconteceu uma coisa incrível com Juliana: a hóstia desapareceu.
Ao falecer, Juliana foi colocada no caixão pelas suas coirmãs, que, em certo momento, descobriram, no lugar do coração, uma mancha roxa do tamanho de uma hóstia, como se ela tivesse ficado impressa no seu corpo.
Até hoje, as “Mantellate” trazem, em seu hábito religioso, esta marca, como recordação da última e prodigiosa comunhão da sua fundadora.
O Papa Clemente XII a canonizou em 1737.