São Bento, abade
- Primeira Leitura: Gn 46,1-7.28-30
- Salmo Responsorial: Sl 36(37),3-4.18-19.27-28.39-40 (R. 39a)
- Evangelho: Mt 10,16-23
- Cor Litúrgica: Branco
- Memória
Evangelho e leituras de hoje - 11 de julho de 2025
A Liturgia do Dia é um presente diário da Igreja para nutrir nossa fé e orientar nossa vida espiritual. Por meio das leituras — Primeira Leitura, Salmo, Segunda Leitura (aos domingos) e Evangelho — ouvimos a voz viva de Deus que continua a falar ao Seu povo.
Essas palavras não são apenas memórias do passado, mas luz para o presente, capazes de transformar corações e renovar esperanças. Ao meditarmos a Liturgia, unimo-nos à Igreja no mundo inteiro e permitimos que o Espírito Santo aja em nós.
É um convite diário à conversão, à escuta e à fidelidade. Que a Palavra de Deus ilumine e conduza nosso caminho todos os dias.
Primeira Leitura
Agora, morrerei contente,
porque vi a tua face e te deixo com vida.
Leitura do Livro do Gênesis 46,1-7.28-30
Naqueles dias,
1 Israel partiu com tudo o que tinha. Ao chegar a Bersabeia, ofereceu sacrifícios ao Deus de seu pai Isaac.
2 Deus falou a Israel em visão noturna, dizendo-lhe: "Jacó! Jacó!". Ele respondeu: "Aqui estou!"
3 E Deus lhe falou: "Eu sou Deus, o Deus de teu pai: não tenhas medo de descer ao Egito, pois lá farei de ti uma grande nação.
4 Eu mesmo descerei contigo ao Egito e te reconduzirei de lá quando voltares; e é José que te fechará os olhos".
5 Jacó levantou-se e deixou Bersabeia, e seus filhos o puseram, com as crianças e as mulheres, sobre os carros que o Faraó enviara para os transportar.
6 Levaram, também, tudo o que possuíam na terra de Canaã; e foram para o Egito, Jacó com toda a sua família,
7 com seus filhos e netos, suas filhas e toda a sua descendência.
28 Jacó enviou Judá na frente para avisar José e fazê-lo vir ao seu encontro em Gessen. E chegaram à terra de Gessen.
29 José mandou atrelar seu carro e subiu a Gessen ao encontro do pai. Logo que o viu, lançou-se ao seu pescoço e, abraçado a ele, chorou longamente.
30 Israel disse a José: "Agora, morrerei contente, porque vi a tua face e te deixo com vida". Palavra do Senhor.
Salmo responsorial
3 Confia no Senhor e faze o bem, * e sobre a terra habitarás em segurança.
4 Coloca no Senhor tua alegria, * e ele dará o que pedir teu coração. R.
18 O Senhor cuida da vida dos honestos, * e sua herança permanece eternamente.
19 Não serão envergonhados nos maus dias, * mas nos tempos de penúria, saciados. R.
27 Afasta-te do mal e faze o bem, * e terás tua morada para sempre.
28 Porque o Senhor Deus ama a justiça, * e jamais ele abandona os seus amigos. Os malfeitores hão de ser exterminados, * e a descendência dos malvados destruída; R.
39 A salvação dos piedosos vem de Deus; * ele os protege nos momentos de aflição.
40 O Senhor lhes dá ajuda e os liberta, † defende-os e protege-os contra os ímpios, * e os guarda porque nele confiaram. R.
Aclamação ao Evangelho
V. Quando o Paráclito vier, o Espírito da verdade,
ele vos conduzirá a toda a verdade,
lembrar-vos-á de tudo o que eu tenho falado.
Evangelho
Não sereis vós que havereis de falar,
mas sim o Espírito do vosso Pai.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 10,16-23
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
16 "Eis que eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas.
17 Cuidado com os homens, porque eles vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas.
18 Vós sereis levados diante de governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e das nações.
19 Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados como falar ou o que dizer. Então naquele momento vos será indicado o que deveis dizer.
20 Com efeito, não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai é que falará através de vós.
21 O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais, e os matarão.
22 Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo.
23 Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo, vós não acabareis de percorrer as cidades de Israel, antes que venha o Filho do Homem". Palavra da Salvação.
Santo do Dia

Espírito beneditino, linfa da Europa
O ensinamento de São Bento, que nasceu em Núrsia, por volta do ano 480 d.C., foi uma das alavancas mais poderosas, após o declínio da civilização romana, para o nascimento da cultura europeia; é a premissa para a difusão de centros de oração e de hospitalidade. Não é apenas o farol do monacato, mas também uma fonte providencial para peregrinos e pobres.
“Deveríamos perguntar-nos – escreveu o historiador Jacques Le Goff – a quais excessos as pessoas da Idade Média teriam chegado, se esta grande e suave voz não se tivesse elevada”? Uma voz sobre a qual se deteve o grande biógrafo de exceção, São Gregório Magno, no II Livro dos “Diálogos”.
“Um astro luminoso em um século obscuro”
Para São Gregório, Bento é “um astro luminoso” em uma época dilacerada por uma grave crise de valores. Ele pertencia a uma nobre família da região de Núrsia. Segundo a tradição, no lugar, onde se encontrava a casa natal do Santo, foi construída a Basílica de São Bento.
Sua vida, desde a juventude, era dedicada à oração. Seus pais, bastante ricos, mandaram-no a Roma para garantir-lhe uma boa formação. Ali, porém, - narra São Gregório Magno – encontrou más companhias, amigos viciados, que viviam ao léu. Então, Bento deixou Roma e foi, inicialmente, para a localidade denominada Enfide e, depois, por três anos, viveu como eremita em uma gruta, em Subiaco, que se tornaria o centro espiritual dos Beneditinos, chamada “Sacro Speco”. Este seu período de solidão foi uma preparação prévia para outra etapa fundamental do seu caminho: Montecassino.
Ali, entre as ruinas de uma antiga acrópole pagã, São Bento e alguns companheiros construíram a primeira Abadia de Montecassino.
A Regra
A São Bento, irmão de Santa Escolástica, foram atribuídos muitos milagres. Mas, o milagre maior e mais duradouro do Pai da Ordem beneditina foi a composição da “Regra”, escrita por volta do ano 530 d.C. Trata-se de um Manual, um código de orações para a vida monacal. Seu estilo, desde às primeiras palavras, é muito familiar: desde o prólogo até o últimos dos 73 capítulos, Bento exorta os monges a “ouvirem com o coração” e a “jamais perderem a esperança na misericórdia de Deus”. De fato, escreveu: “Ouça, filho, os ensinamentos do Mestre; dê-lhe ouvidos com o coração; receba, com agrado, os conselhos de um pai que lhe quer bem, para se dirigir, com o rigor da obediência, Àquele do qual você se distanciou por causa da negligência e da desobediência”.
“Ora et labora”
“O ócio – escreveu São Bento na Regra – é inimigo da alma. Por isso, os irmãos devem dedicar-se, em determinadas horas do dia, ao trabalho manual e, em outras, à leitura dos livros que contêm a Palavra de Deus”. Oração e trabalho não se contrapõem, mas estabelecem uma relação de simbiose. Sem a oração não é possível encontrar a Deus.
A vida monacal, definida por São Bento como “uma escola de serviço ao Senhor”, não pode prescindir do compromisso concreto. O trabalho é uma extensão da oração. “O Senhor – recorda São Bento – espera, todos os dias, a nossa resposta concreta aos seus santos ensinamentos”.
