Domingo XIX do Tempo Comum
- Primeira Leitura: Sb 18,6-9
- Salmo Responsorial: Sl 32(33),1.12.18-19.20.22 (R. 12b)
- Segunda Leitura: Hb 11,1-2.8-19 ou mais breve 11,1-2.8-12 ou mais breve 12,35-40
- Evangelho: Lc 12,32-48
- Cor Litúrgica: Verde
- Solenidade
Evangelho e leituras de hoje - 10 de agosto de 2025
A Liturgia do Dia é um presente diário da Igreja para nutrir nossa fé e orientar nossa vida espiritual. Por meio das leituras — Primeira Leitura, Salmo, Segunda Leitura (aos domingos) e Evangelho — ouvimos a voz viva de Deus que continua a falar ao Seu povo.
Essas palavras não são apenas memórias do passado, mas luz para o presente, capazes de transformar corações e renovar esperanças. Ao meditarmos a Liturgia, unimo-nos à Igreja no mundo inteiro e permitimos que o Espírito Santo aja em nós.
É um convite diário à conversão, à escuta e à fidelidade. Que a Palavra de Deus ilumine e conduza nosso caminho todos os dias.
Primeira Leitura
Aquilo com que puniste nossos adversários,
serviu também para glorificar-nos.
Leitura do Livro da Sabedoria 18,6-9
6 A noite da libertação fora predita a nossos pais, para que, sabendo a que juramento tinham dado crédito, se conservassem intrépidos.
7 Ela foi esperada por teu povo, como salvação para os justos e como perdição para os inimigos.
8 Com efeito, aquilo com que puniste nossos adversários, serviu também para glorificar-nos, chamando-nos a ti.
9 Os piedosos filhos dos bons ofereceram sacrifícios secretamente e, de comum acordo, fizeram este pacto divino: que os santos participariam solidariamente dos mesmos bens e dos mesmos perigos. Isto, enquanto entoavam antecipadamente os cânticos de seus pais. Palavra do Senhor.
Salmo responsorial
1 Ó justos, alegrai-vos no Senhor! * aos retos fica bem glorificá-lo.
12 Feliz o povo cujo Deus é o Senhor * e a nação que escolheu por sua herança! R.
18 Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, * e que confiam esperando em seu amor,
19 para da morte libertar as suas vidas * e alimentá-los quando é tempo de penúria. R.
20 No Senhor nós esperamos confiantes, * porque ele é nosso auxílio e proteção!
22 Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, * da mesma forma que em vós nós esperamos! R.
Segunda Leitura
Esperava a cidade que tem Deus mesmo por arquiteto e construtor.
Leitura da Carta aos Hebreus 11,1-2.8-19Irmãos:
1 A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem.
2 Foi a fé que valeu aos antepassados um bom testemunho.
8 Foi pela fé que Abraão obedeceu à ordem de partir para uma terra que devia receber como herança, e partiu, sem saber para onde ia.
9 Foi pela fé que ele residiu como estrangeiro na terra prometida, morando em tendas com Isaac e Jacó, os co-herdeiros da mesma promessa.
10 Pois esperava a cidade alicerçada que tem Deus mesmo por arquiteto e construtor.
11 Foi pela fé também que Sara, embora estéril e já de idade avançada, se tornou capaz de ter filhos, porque considerou fidedigno o autor da promessa.
12 É por isso também que de um só homem, já marcado pela morte, nasceu a multidão "comparável às estrelas do céu e inumerável como a areia das praias do mar".
13 Todos estes morreram na fé. Não receberam a realização da promessa, mas a puderam ver e saudar de longe e se declararam estrangeiros e migrantes nesta terra.
14 Os que falam assim demonstram que estão buscando uma pátria,
15 e se se lembrassem daquela que deixaram, até teriam tempo de voltar para lá.
16 Mas agora, eles desejam uma pátria melhor, isto é, a pátria celeste. Por isto, Deus não se envergonha deles, ao ser chamado o seu Deus. Pois preparou mesmo uma cidade para eles.
17 Foi pela fé que Abraão, posto à prova, ofereceu Isaac; ele, o depositário da promessa, sacrificava o seu filho único,
18 do qual havia sido dito: "É em Isaac que uma descendência levará o teu nome".
19 Ele estava convencido de que Deus tem poder até de ressuscitar os mortos, e assim recuperou o filho - o que é também um símbolo. Palavra do Senhor.
Aclamação ao Evangelho
V. É preciso vigiar e ficar de prontidão;
Evangelho
Vós também ficai preparados!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 12,32-48Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
32 "Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino.
33 Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói.
34 Porque onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
35 Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas.
36 Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater.
37 Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá.
38 E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar!
39 Mas ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa.
40 Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes".
41 Então Pedro disse: "Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?"
42 E o Senhor respondeu: "Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa?
43 Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim!
44 Em verdade eu vos digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens.
45 Porém, se aquele empregado pensar: 'Meu patrão está demorando', e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se,
46 o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis.
47 Aquele empregado que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes.
48 Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!" Palavra da Salvação.
Santo do Dia

O mártir dos últimos
O testemunho deste santo mártir, nascido na Espanha, na primeira metade do século III, destaca-se pela sua piedade e caridade. Após a sua eleição, o Papa Sisto II confiou-lhe a função de arquidiácono. Como responsável das atividades caritativas na diocese de Roma, Lourenço administrou os bens e as ofertas para prover às necessidades dos pobres, órfãos e viúvas.
Custódio dos “tesouros da Igreja”
Sua juventude foi abalada pelo drama da perseguição. No ano 258 d.C., foi emanado um decreto do imperador Valeriano, com o qual todos os bispos, presbíteros e diáconos deveriam ser condenados à morte.
Lourenço, alguns diáconos e o Papa Sisto II foram presos. O Pontífice foi assassinado no dia 6 de agosto. Em um primeiro momento, o imperador poupou a vida de Lourenço, ao qual pediu que lhe entregasse os “tesouros da Igreja”. Então, ele apresentou ao imperador os enfermos, os indigentes e os marginalizados, dizendo-lhe: “eis os tesouros da Igreja”. Quatro dias depois, no dia 10 de agosto, São Lourenço também foi martirizado.
Assado vivo em uma grelha
Segundo uma antiga “Paixão”, coletada por Santo Ambrósio, São Lourenço foi queimado em uma grelha.
Santo Ambrósio, em “De Officiis”, narra um encontro imaginário entre Lourenço e o Papa Sisto II, ao longo da via do martírio. No encontro, Lourenço diz: «Para aonde o senhor vai, pai, sem seu filho? Aonde vai com tanta pressa, santo bispo, sem o seu diácono? O senhor nunca ofereceu um sacrifício sem seu ministro. O que lhe desagradou de mim, pai? Talvez, o senhor acha que eu seja indigno? Procure ver se escolheu um ministro indigno para a distribuição do sangue do Senhor! Será que vai rejeitar aquele, que admitiu aos divinos mistérios, como seu companheiro na hora de derramar o sangue?»
Do martírio à glória
O martírio é uma prova suprema de amor.
Em uma homilia, São Leão Magno comenta assim o suplício de São Lourenço: “As chamas não devastaram a caridade de Cristo; o fogo que o queimava por fora era mais brando do que aquele que ardia por dentro”.
E acrescenta: “O Senhor quis exaltar o seu nome glorioso no mundo inteiro, do Oriente ao Ocidente, - sob o fulgor vivíssimo da luz irradiada pelos maiores diáconos, - a tal ponto que, a mesma glória que Estêvão levou a Jerusalém coube a Roma, pelos merecimentos de Lourenço”.
A Basílica de São Lourenço e a igreja em Panisperna
Após a sua morte, o corpo de São Lourenço foi deposto em uma sepultura na Via Tiburtina.
Naquele lugar, o imperador Constantino mandou construir uma basílica, restaurada no século XX, por causa dos danos, durante a Segunda Guerra Mundial, provocados pelos bombardeios americanos em Roma, em 19 de julho de 1943.
No lugar do seu martírio, foi construída uma igreja, dedicada a São Lourenço, em Panisperna. Segundo algumas fontes, este nome derivaria do costume, por parte dos Frades e Clarissas, de distribuir aos pobres, no dia 10 de agosto, “panis et perna”, ou seja, pão e presunto.
A poesia “X agosto”
O suplício de São Lourenço inspirou também obras de arte, provérbios populares e poesias.
Giovanni Pascoli escreve assim em sua poesia “X agosto”: “Eu sei porquê no dia de São Lourenço caem e brilham tantas estrelas no espaço sideral. Porque um pranto tão grande assim ilumina o côncavo do céu”...