Segunda-Feira da Semana XVI do Tempo Comum
- Primeira Leitura: Ex 14,5-18
- Salmo Responsorial: Ex 15,1-2.3-4.5-6 (R. 1a)
- Evangelho: Mt 12,38-42
- Cor Litúrgica: Verde
Evangelho e leituras de hoje - 21 de julho de 2025
A Liturgia do Dia é um presente diário da Igreja para nutrir nossa fé e orientar nossa vida espiritual. Por meio das leituras — Primeira Leitura, Salmo, Segunda Leitura (aos domingos) e Evangelho — ouvimos a voz viva de Deus que continua a falar ao Seu povo.
Essas palavras não são apenas memórias do passado, mas luz para o presente, capazes de transformar corações e renovar esperanças. Ao meditarmos a Liturgia, unimo-nos à Igreja no mundo inteiro e permitimos que o Espírito Santo aja em nós.
É um convite diário à conversão, à escuta e à fidelidade. Que a Palavra de Deus ilumine e conduza nosso caminho todos os dias.
Primeira Leitura
Saberão que eu sou o Senhor,
quando eu for glorificado às custas do Faraó.
Leitura do Livro do Êxodo 14,5-18
Naqueles dias,
5 foi anunciado ao rei dos egípcios que o povo tinha fugido. Então, mudaram-se contra ele os sentimentos do Faraó e dos seus servos, os quais disseram: "Que fazemos? Como deixamos Israel escapar, privando-nos assim dos seus serviços?"
6 O Faraó mandou atrelar o seu carro e levou consigo o seu povo.
7 Tomou seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egito, com os respectivos escudeiros.
8 O Senhor endureceu o coração do Faraó, rei do Egito, que foi no encalço dos filhos de Israel, enquanto estes tinham saído de braço erguido.
9 Os egípcios perseguiram os filhos de Israel com todos os cavalos e carros do Faraó, seus cavaleiros e seu exército, e encontraram-nos acampados junto do mar, perto de Fiairot, defronte de Beel-Sefon.
10 Como o Faraó se aproximasse, levantando os olhos, os filhos de Israel viram os egípcios às suas costas. Aterrorizados, eles clamaram ao Senhor.
11 E disseram a Moisés: "Foi por não haver sepulturas no Egito que tu nos trouxeste para morrermos no deserto? De que nos valeu ter sido tirados do Egito?
12 Não era isso que te dizíamos lá: 'Deixa-nos em paz servir os egípcios?' Porque era muito melhor servir aos egípcios do que morrer no deserto".
13 Moisés disse ao povo: "Não temais! Permanecei firmes, e vereis o que o Senhor fará hoje para vos salvar; os egípcios que hoje estais vendo, nunca mais os tornareis a ver.
14 O Senhor combaterá por vós, e vós, ficai tranquilos".
15 O Senhor disse a Moisés: "Por que clamas a mim por socorro? Dize aos filhos de Israel que se ponham em marcha.
16 Quanto a ti, ergue a vara, estende o braço sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel caminhem em seco pelo meio do mar.
17 De minha parte, endurecerei o coração dos egípcios, para que sigam atrás deles, e eu serei glorificado às custas do Faraó, e de todo o seu exército, dos seus carros e cavaleiros.
18 E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando eu for glorificado às custas do Faraó, dos seus carros e cavaleiros". Palavra do Senhor.
Salmo responsorial
1 Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória: * precipitou no mar Vermelho o cavalo e o cavaleiro!
2 O Senhor é minha força, é a razão do meu cantar, † pois foi ele neste dia para mim libertação! * Ele é meu Deus e o louvarei, Deus de meu pai e o honrarei. R.
3 O Senhor é um Deus guerreiro, o seu nome é "Onipotente": †
4 os soldados e os carros do Faraó jogou no mar. * seus melhores capitães afogou no mar Vermelho, R.
5 Afundaram como pedras e as ondas os cobriram. †
6 Ó Senhor, o vosso braço é duma força insuperável! Ó Senhor, o vosso braço esmigalhou os inimigos! R.
Aclamação ao Evangelho
V. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:
Evangelho
No dia do juízo, a rainha do Sul
se levantará contra essa geração.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 12,38-42
Naquele tempo,
38 alguns mestres da Lei e fariseus disseram a Jesus: "Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti".
39 Jesus respondeu-lhes: "Uma geração má e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas.
40 Com efeito, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem estará três dias e três noites no seio da terra.
41 No dia do juízo, os habitantes de Nínive se levantarão contra essa geração e a condenarão, porque se converteram diante da pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas.
42 No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará contra essa geração, e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, e aqui está quem é maior do que Salomão". Palavra da Salvação.
Santo do Dia


«A mão do Senhor desceu sobre mim. Ele me arrebatou em espírito e me colocou no meio de uma planície, que estava coberta de ossos; fez-me circular em todos os sentidos no meio desses ossos numerosos que jaziam na superfície. Vi que estavam inteiramente secos. Disse-me o Senhor: “Filho do homem, poderiam esses ossos retornar à vida?”. “Senhor Javé – respondi –, só vós o sabeis.” Ele disse-me então: “Profere um oráculo sobre esses ossos. Ossos dessecados, lhes dirás, escutem a palavra do Senhor"» (Ez 37, 1-4).
Segundo a cultura judaica, o termo "profeta" não significa somente quem tem o poder de prever o futuro, mas ainda mais quem tem um profundo conhecimento da vontade divina e da sua presença no mundo: uma pessoa de moral e retidão cristalinas. Ezequiel, um dos quatro Profetas, definidos "maiores" no Antigo Testamento, não era uma exceção: foi o mais difícil na linguagem e o mais eficaz nos simbolismos.
Exilado entre os exilados
Ezequiel nasceu em meados do ano 600 a.C., em Sarara, Palestina, na tribo de Levi: logo, era um sacerdote. Na época, em Roma ainda reinava Tarquínio Prisco, enquanto, na Babilônia, Nabucodonosor. Não era um período tranquilo para os judeus, submetidos à tirania dos filhos de Assur.
Em 597, Ezequiel foi deportado para a Babilônia, junto com outros dez mil, onde seriam obrigados a trabalhar na lavoura. Naquele momento, Deus manifestou-se a ele, com visões proféticas, que o acompanharam até ao fim da sua vida. No entanto, Ezequiel revelava tais visões ao seu povo, encorajando-o com as palavras que vinham de Javé. Por isso, em pouco tempo, conseguiu obter certa autoridade entre o Povo de Israel; não deixou de realizar prodígios e milagres e todos os seus gestos tinham um objetivo bem preciso: ao profetizar a queda de Jerusalém, exortava o povo à penitência; depois, o consolou com a promessa da libertação e do retorno à sua amada pátria.
Ezequiel foi martirizado por um chefe do povo, por ter sido repreendido por idolatria.
Linguagem difícil, mas eficaz
Na Bíblia, o livro de Ezequiel, depois de Jeremias, encontra-se entre os profetas “maiores”: em 48 capítulos, ele narra as profecias e as revelações, que Javé lhe havia feito, durante o cativeiro babilônico.
Entre as suas visões mais poderosas, destaca-se a do capítulo 37, em que Deus mostra a Ezequiel uma planície extensa de ossos secos, que, com Seu sopro, retornam à vida, revestindo-se de carne. Trata-se de uma imagem muito forte e também enigmática para os contemporâneos, que a interpretaram como a profecia da restauração do poder de Israel e da reconstrução do Templo, na glória de Deus. Para os católicos, ao invés, simboliza a Ressurreição de Cristo e, portanto, a construção do verdadeiro Reino no céu.
Historicamente, Ezequiel representa uma ponte entre duas épocas da história de Israel: antes e depois do exílio. Do ponto de vista das Escrituras, enfim, uma ponte entre Jeremias e Daniel.
A linguagem deste profeta era difícil, repleta de simbolismos, às vezes, até dura, mas com um poder evocativo poderoso e, sobretudo, eficaz.
A veneração de Santo Ezequiel foi transmitida, muito cedo, à Igreja Latina.